Histórico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFV – Campus Rio Paranaíba

 

O Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis na UFV – CRP foi concebido para formar Contadores para desempenhar as atividades e competências profissionais previstas na Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004 da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, bem como desenvolver suas atribuições, deveres e valores éticos conforme a Lei 12.249, de 11 de junho de 2010 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Internamente, na instituição referida, o Curso de Ciências Contábeis foi implementado a partir da perspectiva de planejamento da UFV – CRP dividido em quatro etapas. Foi criado na 3ª etapa, ocorrida em julho de 2009, conjuntamente com os cursos de Engenharia Civil e bacharelado em Química.

Na época da criação do curso de Ciências Contábeis delineou-se um perfil mais ordenado para a constituição das propostas de cursos. Nomeou-se uma Comissão de Avaliação de Propostas para Implantação de Novos Cursos que realizaram estudos detalhados, visitando outras instituições de ensino. O processo foi complexo, com várias reuniões e análises de diferentes propostas de cursos. Para tanto, estavam envolvidos a comissão referida, os docentes da UFV – CRP e a própria comunidade regional e de Rio Paranaíba.

Após discussões, observando-se as considerações feitas pelos membros da UFV – Campus de Viçosa quando da apresentação das propostas e após análise das sugestões apresentadas pelos professores e lideranças da comunidade, das condições de infraestrutura da UFV – CRP a curto prazo, das limitações para contratação de docentes, do estudo da relação candidato/vaga nos vestibulares, de um melhor aproveitamento dos recursos físicos e humanos já existentes no CRP, chegou-se, por consenso, à conclusão de que os cursos a serem implantados em 2009 – Segundo Semestre, seriam: Engenharia Civil, Ciências Contábeis e Bacharelado em Química, com Ênfase em Química Ambiental, sendo tal proposta encaminhada para apreciação do Corpo Docente de Rio Paranaíba, em reunião convocada pelo Diretor do Campus.

No dia 09/02/2009, os professores do Campus de Rio Paranaíba, em reunião com pauta única “Explanação das propostas levantadas no decorrer do processo de discussão para escolha dos cursos a serem implantados no Campus UFV de Rio Paranaíba, Vestibular 2009-II, exposição da conclusão alcançada, buscando o respaldo da Proposta Final pelo corpo docente da instituição”, após discussões, aprovaram, por unanimidade, a proposta de implantação, em 2009-II, no Campus de Rio Paranaíba, dos cursos de Engenharia Civil (50 vagas), Ciências Contábeis (50 vagas) e Bacharelado em Química, com Ênfaseem Química Ambiental (25 vagas para o vestibular 2009-II, e 50 vagas para os seguintes), conforme Ata 001/CRP/2009.

No dia 04 de março de 2009 as propostas apresentadas foram enviadas através do processo n º 002398/2009, para análise e deliberação pelas instâncias superiores da UFV – Campus Viçosa.

A Pró-Reitora de Ensino, entre outras considerações, afirma em seu relato à folha 62 do processo nº002398/2009:

   Considerando a necessidade de atender as metas explicitadas no projeto de expansão da UFV com o Campus de Rio Paranaíba e que as razões apresentadas no processo para que os cursos sejam iniciados no segundo semestre letivo de 2009 são plausíveis e atendem aos anseios da comunidade regional, a Pró-Reitoria de Ensino manifesta-se favorável a implementação dos três novos cursos no referido campus, a partir do segundo semestre letivo de 2009.

 Na 458ª reunião realizada no dia 20/03/09, o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFV – Campus Viçosa, CEPE, aprovou por unanimidade a proposta de implantação, em 2009/II, no Campus de Rio Paranaíba os cursos de Engenharia Civil (50 vagas), Ciências Contábeis (50 vagas) e Química com Ênfaseem Química Ambiental (25 vagas para o Vestibular 2009/II e 50 vagas para os seguintes).

Há de se destacar que, para o advento do curso em 2009, além, dos aspectos internos da instituição, apresenta-se o contexto regional para sustentar a criação do curso de Ciências Contábeis na referida Instituição de Ensino. O qual é apresentado a seguir.

Em razão da diversidade das atividades desenvolvidas e da sua vasta extensão, o estado de Minas Gerais (588.570 km²) foi oficialmente dividido pelo Governo Estadual em 10 regiões de planejamento. Essas regiões congregam municípios ligados por características socioeconômicas semelhantes. Dentre as regiões importantes do Estado, encontra-se a do Alto Paranaíba, que congrega 31 dos 853 municípios mineiros (desconsiderou-se os 35 municípios da região do Triângulo Mineiro), totalizando 36.826 km² de área (6,3% do território mineiro), com população de aproximadamente 643 mil habitantes. A região destaca-se no cenário nacional na exploração de culturas como milho, soja, feijão, café e hortaliças, principalmente cenoura, cebola e alho. Em várias propriedades da região normalmente são obtidas produtividades superiores à média nacional, graças ao avançado nível tecnológico empregado, além das condições edafoclimáticas favoráveis.

Além das altas produtividades observadas na região do Alto Paranaíba, deve-se considerar que algumas destas culturas encontram-se significativamente adiantadas no que se refere à organização de produtores e outros membros da cadeia produtiva na forma de cooperativas e associações, em formatos inovadores. A Federação do Café do Cerrado, por exemplo, sediada em Patrocínio-MG, vem conduzindo um trabalho de organização em rede para agregação de valor ao produto e à região, sendo a Indicação Geográfica de origem uma das conquistas alcançadas nesse sentido, beneficiando diretamente todos os produtores associados e cooperados em alguma das entidades da Federação. Em São Gotardo, o PADAP, Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba instaurou um modelo inovador ao conduzir a doação de terras a grupos de imigrantes japoneses na década de 70, para expansão da fronteira agrícola do Cerrado, utilizando métodos modernos de mecanização para a produção em áreas até então consideradas impróprias para o cultivo. A gestão desse processo foi baseada na articulação entre cooperativas de produtores, governo, entidades de pesquisa, entre as quais a própria UFV, e de extensão, como a EMATER. Na atualidade, grupos familiares descendentes destes imigrantes continuam à frente da produção e comercialização de horti-frutis vendidos para o país todo e até para o exterior. No caso da cadeia do leite, a CEMIL, Cooperativa Central Mineira de Lacticínios Ltda., localizada em Patos de Minas, foi criada em 1992, a partir da identificação da necessidade de outras cooperativas da região escoarem parte de sua produção leiteira e se tornou um dos maiores lacticínios do estado de Minas Gerais, com produtos comercializados nos principais centros consumidores do país. Este caso exemplifica outra iniciativa contextualizada de integração regional, promovendo a geração de empregos na indústria e beneficiando diretamente os produtores rurais e outros grupos envolvidos na atividade leiteira. Tais exemplos demonstram como a articulação de diversas partes envolvidas pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região do Alto Paranaíba, com base em tecnologias de gestão empregadas estrategicamente. Nesse sentido, o campus da UFV em Rio Paranaíba pode assumir um papel central na formação e capacitação de profissionais qualificados para transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas como estas citadas da cadeia do café, dos horti-fruti e do leite, bem como levando a novos arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento regional. Deve-se ressaltar a existência de várias outras organizações de relevância nacional e internacional, entre as quais, grupos familiares (Veloso Tradding, no café, e Grupo Sekita e TRI-S, da cenoura), cooperativas, como a Cooxupé (Cooperativa de Café de Guaxupé, com unidades em Rio Paranaíba e Serra do Salitre), agroindústria, como a Pif-Paf (frigorífico de suínos, em Patrocínio), Dan-Breed (Genética Suína, em Patos de Minas) Tirolez (Processamento de queijos, em Quintinos, Arapuá e Tiros), Farroupilha (Produção e Comercialização de sementes, em Patos de Minas), Bem-Brasil (Processamento de Batatas, em Araxá), e várias outros stakeholders diretamente interessados em que o agronegócio seja gerido estrategicamente, utilizando técnicas avançadas de administração, contabilidade e negociação, e promova uma aproximação entre todos os elos envolvidos nas diversas cadeias produtivas.

Além, da representatividade dessas entidades de maior porte relacionadas ao agronegócio, destaca-se, ainda, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, 2010, o quantitativo de pequenas e médias empresas de diversas atividades nos municípios do Alto Paranaíba, que devido as suas fragilidades financeiras exigem um controle contábil mais eficiente. São aproximadamente, 3.785 empresas individuais; 2.497 micro e pequenas empresas e, 95 empresas de médio porte. Conjuntamente, geram 32.461 empregos, sejam diretos ou indiretos.

Outro aspecto importante a ressalvar para consubstanciar a criação do curso de Ciências Contábeis na UFV – CRP está no número de escolas de ensino médio (vestibulandos) que poderão ser atendidas na região do Alto Paranaíba. Considerando os 31 municípios da região, são 107 escolas, sejam públicas ou privadas. Além disso, cursos de Ciências Contábeis nessa mesorregião, somente, são oferecidos em poucas Instituições privadas de ensino superior.

Diante do exposto, acredita-se que a implantação do Curso de graduação em Ciências Contábeis possibilitou e possibilitará o desenvolvimento de métodos mais adequados para o controle e a gestão econômica, financeira e patrimonial, buscando soluções sustentáveis para as organizações regionais. O curso está em perfeita consonância com os objetivos institucionais da UFV – CRP, com a sua política de incentivo à pesquisa e à extensão, que objetiva a participação da instituição no desenvolvimento científico e tecnológico das regiões onde está inserida, no caso, a Região do Alto Paranaíba. Todos esses fatores, tomados em conjunto, contribuirão sobremodo para promover o desenvolvimento regional.


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